quarta-feira, 4 de junho de 2014

Porque acredito em Deus.



Desde pequena ouvia o meu pai dizer que era ateu. Eu nem sabia o que era isso. Ainda bem pequena comecei a frequentar a Igreja Católica com minhas madrinhas. Dancei pastoril, fui anjo, mas nada entendia de religião.Aos 12 anos na Igreja dos Capuchinhos fui cordígera. Mas, o meu interesse maior era jogar voleibol. Nosso guru na irmandade era o frei Egídio, inteligente, paciente e muito culto.
Aprendi grandes lições e fiz boas amizades. Entretanto, ainda nada entendia de religião.Casei-me aos 21 anos com um homem católico que ia à missa aos domingos e dias santos e não queria ir sozinho. Fizemos um acordo: eu o acompanharia à igreja e só isso; nada mais.Mais sabida, resolvi que aproveitaria as leituras da missa para aplicá-las à vida real. E fui aprendendo muito. Conheci bons padres, devotados e fui começando a acompanhar a missa, cantar hinos.Os filhos foram chegando e eu agradecia a Deus por tudo que me proporcionava. Um bom marido, filhos sadios, uma boa família, trabalho, estudo e tantas coisas mais.
Fui vendo que minha vida não dependia só de mim. Alguém lá de cima puxava as rédeas, mostrava o caminho a seguir e me fazia grandes surpresas, boas e más.Raciocinava da seguinte maneira: eu não conseguia coordenar minha vida; aconteciam fatos alheios à minha vontade e precisava administrá-los. Quem fazia isto?Quanto mais eu apreciava as leituras dominicais, mais eu aprendia na vida real. A parábola que mais me marcou foi a do filho pródigo. Difícil entender a alegria do pai que via um filho errado retornar ao lar e ficava satisfeito. Mas para o pai, ele recuperou o filho perdido.
Os anos foram passando, as lições se sucedendo e a maturidade chegando. Hoje, aos 73 anos vou à missa com alegria e absorvo com mais prazer as leituras da Bíblia.Vi, pela vida toda, casos marcantes: pessoas maldosas que matam, perseguem e se esquecem do castigo ainda neste mundo.
Vivi vários anos numa casa política onde maldades, perseguições, desvio de dinheiro público são assuntos constantes. E olho para tais pessoas que poderiam aproveitar de maneira saudável as oportunidades recebidas, mas só se preocupam com coisas vãs.Já vi homens poderosos que praticaram tanto mal e hoje estão sendo tremendamente castigados. Passei hoje em frente ao escritório de uma grande usina e vi dezenas de carros e pessoas reclamando cinco meses de salário.
Lembrei-me, então, do mal que o famoso usineiro causou a meu pai e a um amigo nosso; este último morreu de bebida pela decepção sofrida. Hoje, o político poderoso está isolado da sociedade e pagando caro.Outro caso interessante é o de um conhecido deputado, acostumado a pisar nas pessoas humildes. Disse-me ele certa vez: “Dona Alari, eu posso tudo, eu enterrei minha mãe, joguei areia em seu túmulo”. Imediatamente retruquei: “O senhor queria que sua mãe morresse? Pois bem, um ser superior a levou e o senhor nada fez”.Uma frase que me marca muito é ¨Só por hoje¨.
Isto é, viva bem o dia de hoje, pois amanhã tudo poderá ser diferente. Então, passei a acreditar que alguém, lá de cima, rege nossas vidas. Não sabemos quando a doença vai chegar, se vamos ser atropeladas, se seremos beneficiadas de alguma maneira.Hoje, rezo, peço, agradeço a Deus por tudo que ele proporciona a mim e a minha família. Sou cristã, acho eu.Tento aproveitar o dia de hoje e torcer por um amanhã melhor. Acordo, durante a noite, pensando nos meus filhos que moram fora de Alagoas. Entrego-os a Deus, pedindo com todo fervor que os proteja. Cheguei à feliz conclusão: Deus existe. 
Fonte: Jornal de Alagoas

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